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Sintra, Portugal – Roteiro pela Cidade dos Palácios

Ir para Sintra é como se deslocar no tempo, e voltar ao passado, no tempo dos castelos e palácios!!! Na cidade é possível visitar 6 deles. Irei mostrar neste post um roteiro que pode ser feito em 1 ou 2 dias na cidade.

Como Chegar

Se você estiver em Lisboa, é bem fácil de chegar até Sintra. Você pode ir de carro (30 min de viagem) ou então de trem (40min de viagem, 2,30€..

Trem:

Caso esteja em Cascais ou Estoril, pode ir de ônibus. De Cascais você pode pegar a linha 417 e de Estoril, a Linha 418.

Site oficial com os horários dos trens neste link.

Chegando em Sintra você pode pegar o ônibus hop-on-hop-off que irá te levar aos palácios. O ingresso para ao dia inteiro custa de 5 a 6,90 €. Os palácios ficam pouco distantes entre si e para chegar na maioria é preciso subir uma serra, então nada de tentar ir a pé!!!

Existem 2 linhas principais:

Eu fiz a rota 435, e para isso gastei quase um dia inteiro. Para ver todos em um dia acho corrido, então eu recomendaria ficar mais de 1 dia para poder conhecer todos os castelos com tranquilidade.

Por quê há tantos Palácios em Sintra???

Sintra acabou se tornando, durante o século 19, o destino da nobreza pois fica em uma serra, com clima mais ameno durante o verão europeu. Por isso, estes palácios se tornaram suas casas de veraneio!!! A maioria deles foi construído baseado na arquitetura Romântica da época, que possuía algumas exuberâncias, as quais assumem o seu auge no Palácio da Pena, o qual mostrarei adiante.

1. Palácio Nacional de Sintra

O Palácio Nacional de Sintra com influências árabes

Ingresso: 10 €

Este Palácio, com influências árabes (foi construído a partir de um antigo prédio muçulmano), mas também medieval, gótica, romântica, manuelina e renascentista!!! Ele fica bem no centro histórico e é o de mais fácil acesso.

Foi a habitação da família real portuguesa do séc XII até 1910, quando então virou Patrimônio Nacional. Caso você queira visitar o seu interior, poderá apreciar uma das maiores coleções de azulejos hispano-mouricos que vieram de Sevilha.

No interior destacam-se as a Sala dos Archeiros, a Sala Moura (ou dos Árabes), a Sala das Pegas, a Sala dos Cisnes (que tem seu teto todo decorado com cisnes) e a Sala dos Brasões (com brasões de 72 famílias nobres portuguesas) a Sala das Sereias e a Sala da Audiência.

2. Quinta da Regaleira

Quinta da Regaleira com seu ar misterioso

Ingresso: 10 €.

Na minha opinião este é um dos que mais valem a pena a visita!!! Além da sua arquitetura exótica, possui diversos jardins e florestas, além de um grande poço. Reserve pelo menos 2 horas do seu dia para esta visita e não deixe de pegar um mapa na recepção, pois você irá precisar!!!

A construção deste palácio foi feita por Luigi Manini, que foi cenógrafo no Teatro La Scalla de Milão, e foi incubido de construir uma propriedade de veraneio para a família Carvalho Monteiro. A propriedade deveria conter, além de uma floresta particular, uma mistura de elementos da mitologia grega, de Dante Alighieri, de Camões e da maçonaria. Durante a visita espere encontrar um mix de todas estes temas!!!

É possível visitar também uma capela neogótica, grutas, labirintos, uma torre, e um curioso poço.

Interior da Capela Neogótica

Poço Iniciático

Nos jardins é possível encontrar o famoso Poço Iniciático: uma torre invertida com uma escadaria em espiral, que possui 27 m de profundidade, e era usada em rituais maçons. No fundo do poço está embutida uma rosa dos ventos em mármore sobre uma cruz templária, que seria referência à Divina Comédia.

Desenho do Poço Iniciático com detalhes de seu interior
O Poço Iniciático visto de cima

Há também diversos riachos, que são provenientes da própria água da serra e servem para alimentar as fontes. Também há alguns túneis que acabam em lagos, e dão um ar de mistério ao passeio.

Uma das fontes da Quinta da Regaleira, toda em mosaicos
Uma das grutas que se abre para um lago

No interior do Palácio você poderá conhecer diversas salas, com muitos detalhes e arabescos, além da decoração excêntrica.

Uma das salas do Palácio
Detalhes do teto de madeira com pinturas de reis

3. Palácio de Seteais

Fachada do Palácio de Seteais

Construído no séc XVIII, este Palácio atualmente abriga um hotel, o Hotel Tivoli. De arquitetura neoclássica, o que chama a atenção é seu arco triunfual na entrada, que possui figuras dos reis.

Este palácio não é aberto a visitação, mas se pode caminhar até sua entrada, onde há um mirante com vistas para a Serra, para o Castelo dos Mouros e para o Palácio da Pena (na verdade só vale a pena a ida para ter esta vista). Também há um restaurante e um bar que são abertos ao público. Entretanto, se estiver com pouco tempo, nem recomendo parar neste palácio.

Pensando em ir à Portugal??? Então não perca este post com dicas de Aveiro .

4. Palácio da Pena

O Palácio da Pena, que fica no topo de uma das colinas

Ingresso: 14 €.

Este é, sem dúvida, o Palácio mais chamativo de todos!!! Apesar de ser um exemplar da arquitetura Romântica, tem também influências árabes, neogóticas e neomanuelinas. Nos dias de hoje, alguns consideram sua decoração um pouco exótica, mas na época esta mistura de estilos estava na moda e era achava-se fascinante.

O Palácio foi moradia de diversos reis de Portugal e após a implantação da República Portuguesa em 1.945, passou a ser um museu.

O interior dele também é excêntrico, com cada aposento decorado de uma maneira diferente. Algumas salas possuem porcelanas, lustres e móveis do séc XIV ao XIX, enquanto outras, valiosas obras de arte.

Ao redor é possível passear pelo Parque da Pena, composto por lagos, jardins e algumas grutas. Também há o Chalé da Condessa de Edla, construído a mando do Rei Fernando II e sua esposa.

5. Castelo dos Mouros

O Castelo dos Mouros visto do centro histórico

Ingresso: 8 €.

O Castelo dos Mouros chama a atenção de longe, pois está bem no topo de uma colina e pode ser visto de vários locais da cidade, como uma grande muralha!!! Ele fica bem próximo ao Palácio da Pena, e você pode ir caminhando de um para o outro.

Ele foi construído no séc X pelos mouros, quando a região foi invadida pelos muçulmanos e servia para controlar as vias terrestres que ligavam Sintra a Mafra, Cascais e Lisboa. Desde o séc XVI encontra-se desabitado, tendo se deteriorado ao longo do tempo. Foi somente no séc XIX que foram realizadas obras de restauro e adicionadas algumas melhorias, como trilhas e locais de observação, passando a ser uma atração turística.

A muralha possui 5 torres, sendo possível subir uma delas. São 500 degraus de escadas para ter acesso ao seu topo e à incrível vista panorâmica. No interior do castelo ainda há uma capela dedicada a São Pedro, erguida no séc XII, que é uma das mais antigas igrejas de Sintra. Também é possível encontrar uma área exclusiva sobre arqueologia, com túmulos pertencentes à era medieval.

Ainda na dúvida para onde viajar??? Então veja dicas neste post.

6. Palácio de Monserrate

Ingressos: 8 €.

Este Palácio, construído em estilo eclético (gótico, árabe e indiano), foi moradia de um milionário dos têxteis ingleses, Thomas Cook. Pode-se visitar o interior do palácio, que possui uma biblioteca, uma capela, 2 grandes átrios, uma galeria, sala de música, entre outros.

Na sua área externa está o Parque de Monserrate, com diversos jardins, incluindo plantas de diversas regiões do mundo. Há, por exemplo, o Jardim do México e o Jardim do Japão, além de um Roseiral. Enfim, há muito o que se ver neste palácio, por isso reserve pelo menos 1h para o passeio.

Onde Almoçar em Sintra

Nós almoçamos em um restaurante próximo ao Palácio Nacional, no centro histórico, chamado Adega das Caves. Pedi uma “sardinha assada à portuguesa” que é uma das especialidades da casa, e estava uma delícia!!!

Mas ali na região não faltam opções, alguns restaurantes têm mesinhas ao ar livre e os prédios costumam ser bem antigos, o que dá um ar medieval ao local.

Para sobremesa, não deixe de provar 2 doces tradicionais e que levam o nome da cidade: o travesseiro de sintra e a queijada de sintra. O primeiro é uma massa folhada com recheio de ovos e amêndoas; e a segunda, é feita com queijo fresco, farinha, açúcar e canela, e envolta por uma massa crocante. Ambos são bem doces, então prove com moderação!!! O local mais tradicional que vende estes doces é a Casa Piriquita (R. das Padarias 1/18), no centro histórico, mas há diversos outros lugares com estas iguarias.

Dicas Finais de Sintra

Por fim, gostaria de ressaltar que caso você vá de carro durante a alta temporada (verão europeu), deixe ele estacionado no centro histórico, pois a serra fica congestionada nesta época e quase não há vagas para estacionar.

Se puder ficar mais de 1 dia, eu recomendo, pois em um dia apenas é difícil ver todos os palácios, e ver tantos castelos em um só dia acaba deixando o passeio monótono e cansativo.

E por último, não deixe de reservar um tempo para conhecer o centro histórico, cheio de lojinhas, cafés, bem gostoso de caminhar!!

É isso, espero que tenham gostado e até a próxima!!!

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