Sachsenhausen

Sachsenhausen, Campo de Concentração em Berlim

O Campo de Concentração de Sachsenhausen fica próximo à Berlim, na cidade de Oranienburg. É ideal para quem quer conhecer mais a fundo a história do holocausto. O local chama a atenção por ser próximo a Berlim (35 km). Além disso, por ser pouco conhecido, não há tantos turistas, o que muitas vezes atrapalha quando fazemos um passeio mais introspectivo como este.

Como chegar a Sachsenhausen

Pegar o trem S1 Oranienburg Bhf e descer na estação Oranienburg (cerca de 45 min).

Depois pegar o ônibus linha 804 Malz Anker e descer em Sachsenhausen (5 paradas). Você também pode ir caminhando (cerca de 15 min).

Quando fomos, só havia nós dentro do ônibus. De repente, o motorista parou, mas como estávamos no meio do nada, achamos que não era o local. Entretanto, como ele ficou olhando para nós, entendemos que sim, era para descer ali!!! Isso sem trocarmos uma palavra em alemão (mesmo porque não sei falar nada em alemão)!!! Enfim, os motoristas já devem saber que os turistas que aparecem estão todos indo para o mesmo lugar, então não se preocupe em se perder!!!

Por Quê Conhecer um Campo de Concentração?

Muitos dizem que é um passeio de mau-gosto, que é muito triste, que turistas não deviam ir para ficar tirando fotos.

Mas eu penso o contrário: devemos conhecer o passado “negro” da humanidade para podermos evitar que estas histórias de horror se repitam.

Enfim, para quem gosta de história eu recomendo muito o passeio!!! Reserve um tempinho para visitar os pequenos museus que ficam lá dentro e aprender um pouco da história. Não acho que valha a pena ir só para tirar fotos e ir embora. A visita deve levar em torno de 2 a 3h.

Também não deixe de estudar um pouco sobre o assunto antes de ir, pois a viagem será muito mais proveitosa.

Livro que recomendo sobre o assunto:

  • O Homem que Venceu Asuchwitz – por Denis Avey e Rob Boomby

História do Campo de Concentração de Sachsenhausen

Sachsenhausen
Pátio do Campo de Concentração

Sachsenhausen, um Projeto-Piloto

Este foi um dos primeiros campos de concentração da Alemanha nazista. O local foi um projeto-piloto para a construção dos outros campos. Foi ali que Oficiais do 3º Reich treinaram antes de assumir outros campos.

Esteve em atividade de 1936 a 1945, e serviu para confinar ou liquidar em massa, não somente judeus, mas também opositores políticos, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, e, por fim, milhares de prisioneiros de guerra.

Trabalhos Forçados em Sachsenhausen

Durante a 2ª Guerra Mundial utilizou-se os trabalhos forçados dos judeus e demais prisioneiros para a confecção de moedas britânicas falsas (com o objetivo de arruinar a economia dos Aliados). Também utilizou-se a mão de obra para uma fábrica de aviação (instalada em um prédio ao lado) e uma fábrica de tijolos. Tijolos estes que seriam componentes da construção da “cidade dos sonhos” de Hitler.

Também eram testados ali, pelos prisioneiros, os novos uniformes e botas do exército alemão. Para isso, os obrigavam a correr grandes distâncias para testar a durabilidade das vestimentas. Há alegações também de testes com drogas que, supostamente, iriam melhorar a performance dos soldados.

Além disso, realizou-se experimentos médicos, de intensa crueldade, e que muitas vezes, acabavam ocasionando a morte do prisioneiro.

Sachsenhausen
Um dos barracões

Libertação dos Prisioneiros

Em janeiro de 1945 o local chegou a ter 65 mil prisioneiros. Mas, ao final da guerra, quando os nazistas notaram que seriam derrotados, deram início à chamada “marcha da morte”, em uma tentativa de tentar transferir alguns prisioneiros para outros campos de concentração. Eles foram obrigados a caminhar dia e noite. Aqueles que não aguentavam a caminhada eram fuzilados.

No dia 02 de maio de 1945 os soviéticos invadiram o campo e libertaram os sobreviventes, que eram cerca de 3 mil.

Após isto, os soviéticos utilizaram o local para prenderem nazistas e opositores ao governo, sendo fechado apenas em 1950. A partir de 1961 tornou-se um memorial.

Estima-se que, no total, passaram por ali cerca de 200 mil presos, totalizando 100 mil mortes por execução ou fome.

O Que Esperar da Visita à Sachsenhausen

O local é aberto todos os dias para visitação das áreas externas. Mas os museus ficam fechados às 2ªf, quando se pode visitar somente a área externa.

A entrada é gratuita e o audio guia é disponível por 3 € (vale a pena, pois não há muitas explicações nas placas).

Também é possível agendar uma visita guiada (informações no site oficial), que acontece somente em alguns dias da semana. A diferença é que na visita guiada você poderá ter muito mais informações além de poder entrar no interior dos barracões.

Após pegar os tickets na entrada, onde há um pequeno museu, caminha-se em direção ao campo de concentração.

Não há muitos turistas, e quando fui, em setembro, o clima frio e nublado dava uma sensação muito estranha, como se tudo ali refletisse a morte.

Em seguida, chega-se à entrada, onde há uma torre com um relógio, que dizem marcar o horário exato em que as tropas soviéticas libertaram os presos das mãos de Hitler.

Campo de concentração Sachsenhausen
Um dos barracões

Logo na entrada do portão principal já podemos ler a frase Arbeit Macht Frei (“o trabalho liberta”), presente em todos os campos de concentração. Era uma forma dos nazistas esconderem do resto do mundo o que acontecia nos campos.

Sachsenhausen
O portão de entrada que traz uma imagem sombria

Há um museu logo após a entrada com fotos sobre o local e informações históricas, além de um lindo vitral que representa os prisioneiros.

Sachsenhausen
Vitral do memorial mostrando a libertação dos judeus

Mais a frente, seguimos por uma trilha cimentada, onde era o espaço em que se realizava, todos os dias, a contagem dos presos, fizesse chuva, neve, vento ou sol.

Sachsenhausen
Pátio onde ocorria a contagem dos prisioneiros

Indo para Berlim??? Que tal conhecer um Museu sobre o Nazismo?? Veja mais neste post.

Visitando os Barracões

Não são todos os barracões que estão conservados, pois alguns sofreram demolição. Outros, vandalismos por grupos neo-nazistas. Então o espaço vazio que existe pelo campo era onde ficavam estes inúmeros prédios.

Sachsenhausen
Local onde ficavam outros barracões que foram destruídos

Mas alguns dos barracões estão abertos ao público. Eles são pequenos museus. Por exemplo, onde era a cozinha, hoje há um museu bem interessante com fotos, vídeos, utensílios usados pelos prisioneiros, além de conteúdo interativo. Caso você tenha pouco tempo, visite pelo menos este, que é o mais completo.

Em alguns barracões, é possível olhar pelas janelas e observar algumas das camas, os banheiros comunitários, o refeitório e a enfermaria (local de experimentos médicos).

campo de concentracao
Mesas do refeitório
Banheiros do campo de concentração
Banheiros do barracão
campo de concentracao
Quartos onde ficavam os prisioneiros

Obelisco do Memorial

Inaugurou-se um grande obelisco em 1961, em homenagem aos que por ali passaram, com uma placa dedicada aos prisioneiros que morreram durante a “Marcha da Morte”. Os triângulos vermelhos no topo representam os prisioneiros políticos que se opunham ao regime nazista. Este símbolo era estampado em suas roupas para diferenciá-los dos judeus. As estátuas de um soldado e dois homens representam o momento da libertação dos prisioneiros pelos soldados soviéticos.

Sachsenhausen
Obelisco em homenagem aos prisioneiros

Ainda em dúvida de onde viajar?? Veja nossa lista de destinos neste link.

Como ocorriam as execuções

De início, na época em que havia presos de guerra soviéticos, os prisioneiros sofriam a execução com um tiro no pescoço, em uma sala privativa. Mas à medida que o número de execuções foi aumentando, para ganharem tempo, passaram a realizar execuções em grandes grupos, que eram jogados em uma trincheira e executados a tiros.

Sachsenhausen
A trincheira ocorriam as execuções a tiros

Outra forma de execução era por enforcamento, sendo preservada algumas das estacas onde os presos eram enforcados.

campo de concentraçao
Estacas dos enforcamentos

Alguns anos depois, passou a ser difícil controlar o desespero dos prisioneiros, que viam tais atos. Sendo assim, já na época dos judeus, os nazistas iniciaram o uso da câmara de gás pois era um método mais rápido para a exterminação. Reproduziu-se o método em outros campos de concentração, como os de Auschwitz. Diziam que após serem asfixiados, os corpos eram cremados e os restos mortais eram jogados ali perto, no chão. Algo muito aterrorizante, ao se pensar enquanto caminhamos pelo campo.

Fora isso, devemos lembrar que boa parte dos prisioneiros morria de fome, exaustão do trabalho forçado, ou de doenças, como pneumonia.

É possível visitar o crematório e a câmara de gás. Em 1990 descobriu-se uma vala comum da época soviética, que fica na parte norte, em um grande jardim.

Uma Experiência Pesada

Por fim, devo dizer que visitar Sachsenhausen é uma experiência que não deixa ninguém indiferente. Pelo contrário, é como se o ar ali fosse mais pesado, ao pensar em toda a crueldade que ocorreu com milhares de inocentes, e quantas vidas se perderam.

Que tal dicas de viagem para o exterior?? Então veja dicas importantes neste post.

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