Neste post montei um guia prático com orientações de como fazer sua visita ao Palácio de Versalhes, em Paris. Como o passeio é extenso, recomendo reservar pelo menos 5 horas do seu dia para o passeio.
Dicas práticas
- Leve moedas para comprar os tickets de trem, pois as máquinas não aceitam notas. Ou então pague com o cartão de crédito/débito. De preferência, compre tickets de ida e volta (two-way trip).
- Não esqueça de guardar os bilhetes do trem até o final da viagem, pois fiscais costumam entrar nestes trens.
- Compre os ingressos para o Palácio online, pois no local há sempre muita fila, desde cedo, e você irá perder pelo menos 1h do seu dia.
- Caso precise fazer alguma refeição, faça em algum dos quiosques do jardim, pois mesmo sendo um pouco mais caro, vale a pena, pois você acaba ganhando tempo.
- Veja a previsão do tempo com uma semana de antecedência e programe o passeio para os primeiros dias de viagem, quando o tempo estiver bom. Uma vez deixei para ir no final da viagem e começou a chover – aí já era né?!
Onde Comprar Ingressos
Horários: 09:00 às 17:30.
Fechado às 2af.
Ingressos – site Oficial.
Existem 2 tipos de ingressos (todos com audioguia):
- Exclusivo para visitar o interior do Palácio e os jardins = 19,50 €.
Os ingressos online tem horário marcado, com meia hora de tolerância (para mais ou para menos). Mas para falar a verdade, quando fui eles mal conferiram o horário.
No verão, aos sábados e domingos nos jardins ocorre o espetáculo Fontes Musicais, em que as fontes dançam ao ritmo de música clássica, mas neste dia os ingressos são mais caros. Às 6af há somente música clássica nos jardins, sem as fontes estarem funcionando (os ingressos também ficam mais caros). Porém, as datas variam conforme a época do ano. Então antes de ir, verifique no site a programação oficial.
Atenção: No verão o acesso gratuito aos jardins fica limitado aos dias em que não há as fontes musicais ou dias de música clássica. Então confira no site se o acesso será mediante pagamento de uma taxa extra (10€).
Minha opinião: fui em uma 6af de música clássica nos jardins. Imagino que o espetáculo das fontes do sábado deve ser mais bonito do que somente a música clássica, entretanto, de sábado o Palácio de Versalhes fica mais cheio. Para quem vai pela primeira vez recomendaria encarar o final de semana para poder apreciar os jardins com as fontes em pleno funcionamento. Se não der, vá em uma 6af, pois o clima de música clássica acaba adicionando um “plus” ao passeio.
Além disso, entre junho e setembro acontece um espetáculo de fogos de artifício à noite, nos jardins, acompanhado das fontes dançantes e efeitos de luz. Dizem que vale muito a pena!!! O preço dos ingressos varia de 24 a 56 €.
Como Chegar ao Palácio de Versalhes
A estação de trem mais próxima é a Château Rive Gauche.
- Caso esteja hospedado próximo ao Museu de Orsay até próximo de Saint-Michel, pegue o trem RER Linha C (Versailles-Chateau) e desça na Gare de Versailles Chateau Rive Gauche. Este trem passa pelas estações Saint Michel – Notre Dame, Musée d’Orsay, Invalides, Pont d’Alma, e Champs de Mars Tour Eiffel.
- Caso esteja em Montmartre será necessário pegar um metrô até a Estação Gare Montparnasse, embarcando nos trens SNCF Gare de Dreux e descendo na Gare de Versailles Chantiers (cerca de 15 min de caminhada até o Palácio).
Atenção: Tickets T+ não valem nessa viagem, pois estas linhas são longe do centro de Paris.
Descendo da estação de trem, basta atravessar a rua e seguir o movimento, pois sempre haverá muitos turistas caminhando em direção ao Palácio, além de placas indicativas.
Quer saber como utilizar o Google Maps Offline?? Então leia este post.
Interior do Palácio de Versalhes
O Palácio de Versalhes foi construído em 1.682 a pedido do Rei Luis XIV, no terreno que era de ser avô, Luis XIII e em que havia um pavilhão de caça. Serviu como residência real após o Rei se mudar de Paris, durante o Absolutismo, quando era de seu interesse concentrar os poderes reais em um único local e também se distanciar de cidade, pois era palco de muitos protestos e também doenças. Vamos a alguns fatos curiosos sobre o Palácio:
- Possui 2.153 janelas
- 2.300 quartos
- 352 chaminés
- 700 quartos
- 67 escadas
- Estima-se que na época do Absolutismo, o Palácio consumia cerca de 25% do rendimento da França
- O Palácio serviu de inspiração para muitos outros pelo continente europeu, como o Palácio de Sanssouci, na Alemanha, e as reformas no Castelo de Windsor, na Inglaterra.
Além disso, cabe destacar que o Palácio recebe cerca de 8 milhões de visitantes por ano e é um dos Patrimônios Mundiais da Unesco!!!
Capela Real
A Capela foi um dos últimos locais que foram finalizados, já na época do Rei Luis XV, sendo consagrada em 1710 e dedicada ao Rei Luis XIV, seu antecessor. Era divida em 2 andares: no superior, ficava a família real, enquanto os cortesãos ficavam no andar de baixo. As pinturas no teto são de cenas da Santíssima Trindade, e o piso é adornado por mármore policromo. Nela celebravam-se missas, casamentos e batismo (inclusive foi onde se deu a cerimônia de casamento do futuro Rei Luis XVI com Maria Antonieta).
Galeria dos Espelhos
A sala mais famosa de todas, é, sem dúvida, a Galeria dos Espelhos. Possui 17 espelhos que refletem a imagem das janelas que estão abertas para os jardins. No teto da Sala estão afrescos que representam as vitórias militares do Rei Luis XIV. Neste salão, o rei dava muitas festas, incluindo casamentos e recepções. Porém, um dos últimos acontecimentos importantes que aconteceram ali foi a assinatura do Tratado de Versalhes em 1919. Sempre cheia de turistas, é recomendável chegar cedo, antes das 10h, para poder apreciar melhor a visita.
Salões do Palácio
A Ala do Rei divide-se em diversos salões que receberam seus nomes de acordo com as divindades romanas e os planetas: Salão de Hércules, Salão de Marte, Salão de Vênus, Salão de Mercúrio, entre outros. As pinturas feitas por artistas flamencos, em sua maioria são de temas da mitologia grega ou então cenas das conquistas do Rei em batalhas.
Já na Ala da Rainha, são sete salas, também com pinturas no teto contendo as ações heróicas do Rei Luis XIV e cenas da mitologia, mas com figuras femininas.
O Palácio foi moradia da residência real por mais de um século quando então após o falecimento de Luis XIV em 1715 a corte mudou-se para o Castelo de Vincennes. Anos depois, o Rei Luis XV reinstalou a corte no Palácio de Versalhes, fazendo algumas reformas nestes salões. Entretanto, como sabemos, mais adiante na história, o Rei Luis XVI seria deposto após a Revolução Francesa, sendo condenados, ele e Rainha Maria Antonieta, à guilhotina.
Jardins do Palácio de Versalhes
Os jardins ocupam uma área de 800 hectares, e foram criados segundo o estilo francês formal, em voga na época. A construção se iniciou em 1662 e o encarregado para tal obra foi o paisagista e arquiteto André Le Nôtre. Foram necessários 40 anos para terminar esta linda obra!!! Naquela época, os jardins eram muito populares e serviam como “vitrines”de um reino, onde o rei podia surpreender seus convidados.
Os jardins são para mim, a “cereja do bolo”, não sei se é porque gosto mais de natureza do que dos interiores. A cada temporada plantam flores diferentes, então, a cada visita que fizer, será um novo jardim. No inverno, é meio sem-graça, pois não há flores, então recomendo visitar entre abril e outubro.
Fora os jardins, há diversas fontes, com diferentes temáticas, sendo em sua maioria sobre as fábulas de Esopo. Além de diversas esculturas gregas espalhadas pelos corredores. Os jardins são meio que um “labirinto”, pois apesar de seguirem linhas simétricas, há muitos caminhos para serem percorridos, em meio a enormes arbustos, e ao final deles, você é surpreendido por uma nova fonte ou jardim.
Os jardins estão dispostos simetricamente em relação ao Grand Canal, um grande lago ao final do jardim, para onde drena toda a água das fontes. Depois bombeia-se a água novamente para os jardins (um mecanismo bem avançado para a época). Criou-se um grande lago para refletir a luz do sol poente. Nesse lago pode-se alugar barcos a remo e apreciar a calmaria.
No lago em frente ao Grand Canal, há uma bela fonte com uma escultura de Apolo e seus cavalos. Foi construída toda em bronze por Jean-Baptiste Tub, considerado um dos melhores escultores do seu tempo.
Como se locomover entre os diversos jardins??
É possível conhecer todos os jardins a pé. Mas para aqueles que não estão com um bom preparo físico, pode-se comprar um ticket para um dos trenzinhos ou então alugar um carrinho de golfe (30€ por 40 min). Também é possível alugar bicicleta.
Jardins de Orangerie (Laranjal)
Estes jardins, também simétricos, estão bem defronte ao Palácio, e construi-se dois lagos para refletirem a luz do sol sobre a Sala dos Espelhos, ou seja, foram estrategicamente posicionados. Dentro de vasos estão dezenas de pés de laranjeiras, oliveiras, palmeiras e romãs. E por que em vasos?? Pois no inverno eles são levados para áreas internas, mantendo-se as árvores protegidas do frio.
Esculturas do Jardim de Versalhes
Existem ao todo 221 obras de arte decorando o jardim de Versalhes, constituindo praticamente um museu a céu aberto. Há muitas esculturas de mármore, com temas como Apolo e outros deuses da mitologia grega, além de esculturas de bronze e chumbo dourado.
O Domínio do Trianon
Mais distantes do Palácio, após uma caminhada de cerca de 30 minutos, chegamos ao Grand Trianon. Sua construção se deu na época do Rei Luis XIV para dar mais privacidade à família real (alguns dizem que era onde o Rei encontrava com suas amantes). Possui colunas de mármore rosa e é repleto de jardins. Após a Revolução serviu de residência temporária à Napoleão.
Ainda mais distante do Palácio, a uma caminhada de cerca de 10 minutos do Grand Trianon, encontra-se o Petit Trianon e o Le Hameau (Hamlet da Rainha), construído para Maria Antonieta, durante o reinado de Luis XVI para que ela pudesse aproveitar um tempo de calmaria, longe do borburinho do Palácio. É constituído por um palacete cercado por uma jardins, com pontes de madeira, e pequenas “casinhas”, com um moinho-de-vento, simulando uma pequena fazenda (antigamente, ela era de fato uma fazenda, com criação de animais e hortas que supriam o Palácio). Era onde ela levava suas crianças e tinha mais privacidade do que no Palácio, dizem que era um “sonho de infância”.
Dica #ViajandoSemTedio: caso você esteja a pé, não recomendo muito ir até o Petit Trianon, pois além de tomar muito tempo para ir e voltar, não me surpreendeu muito, pois parece mesmo uma réplica de uma pequena fazenda, sem muitos atrativos. Talvez crianças se interessem mais pelo passeio.
Alimentação no Palácio de Versalhes
Recomendo fazer pelo menos um pit-stop em uma das lanchonetes ou restaurantes dos Jardins do Palácio, pois o dá para descansar e apreciar a paisageml!!! Os preços são um pouco mais “salgados”, mas nada de exorbitante.
Pedi um hambúrguer (13€) na Brasserie De La Girandole e ele veio acompanhado de batatas rústicas e uma saladinha, estava muito bom!!! E o ambiente é bem gostoso, com mesinhas dispostas embaixo das árvores. Eles também possuem um cardápio “take-away” para viagem, caso você queira fazer um picnic pelo parque.
Existem também restaurantes às margens do Grand Canal, de onde se pode ter uma ótima vista do lago, mas em um ambiente mais formal, como o La Petit Venise, que oferece pratos do dia a 20 € e o La Flotille, com pratos a partir de 15 €.
Bom, estas foram minhas dicas para um passeio de 1 dia pelo Palácio de Versalhes, espero que tenham gostado!!!
Viajando sozinho pela Europa?? Então veja dicas neste post.
